Desde 1991, quando a Fifa passou a eleger o melhor jogador do ano, só um atleta ficou em primeiro sem ter levantado nenhuma taça por seu clube (ou seleção): Ronaldinho Gaúcho, que encantou o mundo em 2004, mas não levou o Barcelona a títulos. Nesta segunda-feira, um xará do craque brasileiro tem - muitas - chances de igualar o feito do camisa 10 do Atlético-MG. Vencedor do prêmio da entidade em 2008, quando colecionou conquistas com o Manchester United, o português Cristiano Ronaldo é o favorito na disputa de 2013 com o argentino Lionel Messi (Barcelona) e o francês Franck Ribéry (Bayern de Munique), mesmo sem ter vencido um troféu com o Real Madrid. O GloboEsporte.com acompanha a entrega da Bola de Ouro em Tempo Real a partir das 15h e o SporTV transmite ao vivo às 15h30m (horários de Brasília) - com direito a Fernanda Lima como apresentadora do evento, ao lado do holandês Rudd Gullit.
Além de repetir o feito de Ronaldinho, uma vitória de Cristiano Ronaldo nesta segunda acabaria com a hegemonia de Messi. Depois do reinado do português em 2008, o argentino assumiu como protagonista do futebol mundial e levou o prêmio da Fifa para casa nos últimos quatro anos. Em 2010, Fifa e a revista francesa "France Football" uniram forças e passaram a entregar juntas a "Bola de Ouro Fifa" ao craque do ano (entre 1956 e 2009, a publicação elegia o melhor da Europa, que levava para casa a tradicional Bola de Ouro).
Em 2004, por exemplo, Ronaldinho ganhou o prêmio da Fifa, mas viu a Bola de Ouro da "France Football" ser entregue ao ucraniano Andriy Shevchenko, campeão italiano e da Supercopa da Itália pelo Milan naquele ano. Companheiro de R10 no Barça, o ex-lateral Belletti vê uma semelhança entre o momento vivido pelo brasileiro na época e a fase atual de Cristiano: o alto rendimento físico.
- Posso dizer que aquele foi o melhor ano em nível físico do Ronaldinho também. Tentavam fazer falta, derrubar de qualquer jeito. E além de conseguir aguentar tudo isso, ainda saía com a bola dominada, dando chapéu, caneta. Individualmente foi o melhor ano dele em que eu joguei junto. Acho que o diferencial do Cristiano é esse. É um cara viciado em treino, em aperfeiçoar. Em nenhum momento da carreira ele se acomodou. E hoje a gente sabe que o alto rendimento exige isso, não é só talento. Com o Ronaldinho naquele ano foi assim. O Cristiano Ronaldo também é parecido neste sentido. É um monstro fisicamente. O Ronaldinho de 2004 e o Cristiano de 2013 provaram que a ausência de títulos exigiram deles uma preparação maior para tentar conquistar a Bola de Ouro. Ele sabe da responsabilidade - disse o comentarista do SporTV.
Regularidade na seleção portuguesa é trunfo |
Certamente a preparação física colocou CR7 à frente de Messi na disputa pelo prêmio. Enquanto Messi sofreu com uma série de lesões, terminando o ano em recuperação, o luso estava a pleno vapor: marcou 69 gols em 59 jogos, sendo o artilheiro mundial em 2013. O argentino fez "apenas" 45 gols em 47 jogos, e Ribéry marcou 24 vezes em 55 partidas. E, em uma temporada pouco iluminada do Real Madrid, Cristiano teve sua participação na seleção portuguesa como outro grande trunfo.
Ao todo, foram nove partidas defendendo Portugal, com 10 gols marcados. O capitão luso ainda teve uma atuação emblemática que transformou a opinião de muitos: os três gols diante da Suécia, no segundo jogo da repescagem europeia que garantiu os portugueses na Copa do Mundo. Com a extensão do prazo para a entrega dos votos para a Bola de Ouro, o nome de Cristiano ganhou força.
- Acho que vai levar, e merece. Pelo que fez nesse ano e nos últimos. A bola que ele joga não é brincadeira. Já sofri muito na época do Chelsea (risos), era normal. É muito forte fisicamente, um jogador completo. Marcar alguém assim é complicado - completou Belletti.
Ribéry é considerado o grande rival
Mesmo com Messi pouco cotado pelos problemas físicos, Cristiano Ronaldo terá um rival de peso. O francês Franck Ribéry é considerado o homem capaz de roubar o prêmio por ser justamente uma opção oposta ao português. Enquanto CR7 tem muitos gols e nenhum título na conta, Ribéry compensa o baixo poder de artilharia com uma sala de troféus lotada. Um dos líderes do Bayern de Munique, o francês conquistou Liga dos Campeões, Mundial de Clubes, Campeonato Alemão, Copa da Alemanha e Supercopa da Europa em 2013. E desbancou os dois rivais na premiação de melhor jogador da Uefa em 2012/13.
- Acho que tenho uma chance. O time e eu jogamos muito bem em 2013. Mas vamos ver o que vai acontecer. Tudo o que posso fazer é esperar - disse o jogador, em entrevista ao site oficial do clube alemão.
A cerimônia Fifa Gala desta segunda também trará uma disputa interessante por um troféu menos badalado: o Prêmio Puskás, concedido ao autor do gol mais bonito do ano. Na briga estão Neymar, astro do Barcelona e da seleção brasileira, e Ibrahimovic, artilheiro sueco do PSG, além do sérvio Matic, do Benfica.
O brasileiro concorre com o primeiro gol marcado na Copa das Confederações, competição da qual foi considerado o melhor jogador, diante do Japão, na estreia na competição (veja no vídeo). Ibra está na briga com uma obra de novembro de 2012, mas que foi selecionada pela Fifa pela raridade: um gol de bicicleta da intermediária. Matic disputa com um chutaço diante do Porto, em janeiro do ano passado.
Entre os treinadores, aposentados são os favoritos. Marta tenta o hexa
No prêmio concedido ao melhor técnico do ano, dois treinadores aposentados são os favoritos. Após quase 26 anos, Alex Ferguson deixou o comando do Manchester United com o título inglês e brigará pelo troféu com Jupp Heynckes, que comandou a temporada vitoriosa do Bayern de Munique e encerrou a carreira em seguida. Corre por fora Jürgen Klopp, treinador do Borussia Dortmund, que surpreendeu ao chegar à decisão da Liga dos Campeões em 2012/13.
Haverá na cerimônia em Zurique, ainda, a revelação dos 23 jogadores que formarão a seleção de 2013 eleita pela FifPro (Associação de Jogadores Profissionais). Os brasileiros Daniel Alves, Dante, David Luiz, Marcelo, Thiago Silva, Neymar e Diego Costa concorrem por um lugar no time. Entre as mulheres, a brasuca Marta tentará recuperar o posto de melhor do mundo concorrendo contra a americana Abby Wambach e a alemã Nadine Angerer. A camisa 10 da Seleção ganhou o prêmio cinco vezes seguidas (entre 2006 e 2010), mas nos últimos viu a japonesa Homare Sawa (2011) e Wambach (2012) levarem a melhor
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